DÚVIDAS SOBRE ASTROLOGIA

Esclarecimentos sobre a minha abordagem à Astrologia

Olá,

Nos últimos tempos, tenho recebido muitas perguntas sobre como integro a astrologia no meu trabalho. Para esclarecer algumas dessas dúvidas, decidi escrever este artigo e partilhar contigo as questões que mais me colocam, bem como a minha perspetiva sobre esta ferramenta de autoconhecimento.

 

Antes de mais: como vejo eu a astrologia?

Para mim, a astrologia reflete a própria dinâmica da vida. Através da sua linguagem simbólica, permite-nos mergulhar na nossa história interior, compreender os nossos processos e lançar luz sobre aspetos que, muitas vezes, permanecem ocultos no inconsciente. Vejo a astrologia como uma ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, com uma abordagem holística e integrativa. Para além disso, acrescenta uma dimensão espiritual, ajudando-nos a compreender o nosso percurso enquanto seres em constante transformação e evolução.

 

O que é o mapa astral?

O mapa astral funciona como um verdadeiro espelho da alma. Ele revela padrões inconscientes, feridas antigas, talentos naturais e bloqueios que, por vezes, influenciam as nossas escolhas e experiências sem que tenhamos plena consciência disso.

Quando este conhecimento é levado para um processo terapêutico, o trabalho torna-se ainda mais profundo e transformador. A astrologia oferece a visão; a terapia proporciona o movimento, a reflexão e a integração necessária para a mudança.

 

A astrologia é ciência?

Não. A astrologia procura compreender o comportamento e o desenvolvimento humano através de um sistema simbólico de significados, análogo à linguagem dos mitos, dos arquétipos e das abordagens da psicologia junguiana e transpessoal. Por recorrer a uma interpretação subjetiva e simbólica, não segue o método científico tradicional, que exige hipóteses testáveis e validação empírica rigorosa. Conceitos como o inconsciente coletivo e os arquétipos, centrais nesta abordagem, são difíceis de medir e testar segundo os critérios da ciência convencional.

Ainda assim, apesar de não ser ciência no sentido estrito, a astrologia permanece objeto de interesse em várias disciplinas das ciências humanas.

 

O facto de não ser “ciência” invalida a sua prática?

Nem tudo tem de ser ciência para ter valor. Áreas como a arte, a literatura ou a psicologia arquetípica não são ciências no sentido convencional, e ainda assim têm a capacidade de tocar, transformar e enriquecer profundamente a vida humana.

Da mesma forma, nem tudo o que é científico tem, por si só, um impacto transformador na vida das pessoas.

Importa também lembrar que a ciência está em constante evolução. Como bem refere Alain Jézéquel: “a ciência tem um imenso museu de dogmas e de verdades que acabaram por ser refutadas.” Esta constatação convida-nos a manter uma mente aberta, consciente de que aquilo que hoje consideramos certo poderá ser revisto amanhã.

Por isso, porque deveríamos limitar a aplicação de uma abordagem de autoconhecimento que, mesmo não sendo ciência convencional, acrescenta valor, oferece perspetiva e contribui de forma significativa para o desenvolvimento pessoal e emocional de tantas pessoas?

 

Como funciona?

A astrologia assenta na premissa de que a posição dos astros no momento do nascimento de uma pessoa influencia a sua personalidade, os seus padrões comportamentais e as experiências que poderá vivenciar ao longo da vida. O mapa astral — uma representação gráfica do céu nesse instante específico — posiciona os planetas nos doze signos do zodíaco e nas doze casas astrológicas, criando uma configuração única e individual.

Através da interpretação desta configuração, os astrólogos identificam padrões simbólicos que permitem oferecer perspetivas e orientações em diversas áreas da vida, como os relacionamentos, a carreira, a saúde emocional e o crescimento pessoal.

Embora não siga o método científico convencional, a astrologia constitui um sistema simbólico, que procura dar sentido à ligação entre o ser humano e o universo, funcionando como uma linguagem de autoconhecimento e reflexão interior.

 

Como se pode utilizar a astrologia?

Depende sempre do profissional e da abordagem que escolhe seguir. No meu caso, trabalho com estudos personalizados, que preparo e envio em formato PDF.  Além disso, integro a astrologia em processos de mentoria astrológica e nas consultas de autoconhecimento.

 

Qual abordagem astrológica é ideal para mim neste momento?

Tudo depende da fase em que te encontras e da forma como desejas explorar o teu caminho de vida. Trabalho com diferentes abordagens que se complementam, mas têm propósitos distintos — e é importante que escolhas aquela que mais ressoa com o teu momento interior.

 

  1. Estudo Astrológico Personalizado (formato PDF)

Se estás a dar os primeiros passos e preferes começar a explorar, de forma gradual, o teu projeto de vida, o estudo personalizado em formato PDF é ideal para ti. Recebes uma análise detalhada do teu mapa astral, feita à tua medida, que poderás ler ao teu ritmo e rever sempre que quiseres. Mais tarde, poderás aprofundar e integrar este conhecimento no contexto terapêutico, caso assim o desejes.

  1. Mentoria Astrológica

Se sentes vontade de mergulhar mais fundo e queres um acompanhamento contínuo e direto, a mentoria pode ser o teu próximo passo.
Aqui, trabalhamos juntos na interpretação do teu mapa, área por área, de forma prática e aplicada ao teu quotidiano. Esta abordagem convida-te a integrar o conhecimento astrológico de forma ativa, com espaço para reflexão, partilha e transformação pessoal.

  1. Consulta de Autoconhecimento com base na Astrologia

Se o que procuras é compreender e trabalhar questões emocionais, padrões internos ou bloqueios, a consulta de autoconhecimento será a escolha mais apropriada.
Neste espaço terapêutico, a astrologia é apenas uma das ferramentas que utilizo. É uma abordagem integrativa que acolhe a tua história e o teu momento atual, com o foco no crescimento emocional e na reconexão contigo mesma(o).

 

E se eu quiser utilizar a astrologia para saber o meu futuro?

Não te aconselho. Essa abordagem acaba por te roubar energia e autonomia.

À primeira vista, a ideia de conhecer o futuro parece tentadora — dá-nos uma falsa sensação de segurança e controlo (Ego). No entanto, esta visão preditiva limita as possibilidades e desvia-te do caminho de evolução (Self).

A astrologia preditiva aprisiona-te no ego e acaba por te esgotar, enquanto a abordagem terapêutica devolve-te o poder, liga-te à tua essência e fortalece a tua alma.

Se me lês, sei que percebes que o Universo não funciona por caminhos únicos e fechados. Há múltiplas possibilidades. A cada dia, com cada escolha, abres e fechas novos caminhos. Pergunto-te: Acreditas mesmo num destino traçado?!

Sobre este tema, haveria muito mais a dizer, mas deixo-te uma reflexão de Sadhguru que resume bem a essência da questão:

“A prática espiritual consiste, por definição, em apropriar-se do seu destino com as suas próprias mãos. Ser espiritual significa que está empenhado em traçar o seu próprio destino. Quando está nesse caminho, está essencialmente a dizer ao mundo: <Eu não ando ao sabor do vento. Tenho a minha autopropulsão.>”

Por isso, olha para a astrologia como uma ferramenta de orientação, útil para identificar tendências e possíveis obstáculos — e não como um mapa fixo que deves seguir cegamente.

“A astrologia é apenas um itinerário possível da sua vida que tem em conta as suas tendências e caraterísticas herdadas.” — Sadhguru

 

E quanto ao mapa de tendências e à revolução solar? Ainda fazem sentido?

Sim, continuam a fazer sentido — mas com uma abordagem diferente. Não para prever o que vai acontecer, mas para indicar as áreas da tua vida que estarão mais ativadas e revelar os temas e datas que poderão convidar-te a refletir e a evoluir ao longo do ano.

Através desta perspetiva, torna-se possível compreender como está organizada a tua energia no presente e identificar caminhos de crescimento, transformação e alinhamento com a tua essência. Em vez de definir um destino fechado, procuro abrir espaço para que possas viver o teu caminho com mais consciência, liberdade e conexão contigo mesmo.

 

Uma leitura de mapa astral é suficiente?

Encontro muitas pessoas que fazem uma leitura de mapa astral e acreditam que, a partir daí, já conhecem o seu mapa na totalidade.

Mas reduzir a leitura do mapa astral a um único momento é limitar o seu verdadeiro potencial. Esta não é uma ferramenta para obter respostas rápidas, mas sim um portal para aceder à profundidade da alma — muito além do ego, que representa apenas cerca de 5% da nossa consciência.

A leitura do mapa é um processo, não um fim em si mesmo. Existem camadas do inconsciente que só se revelam quando outras já foram integradas. Se a energia inicial não for desbloqueada, dificilmente uma leitura futura irá trazer nova informação. A alma não permite saltos — exige integração.

 

Com que frequência devo fazer uma leitura astrológica?

Isso depende muito de ti — do teu ritmo, das tuas descobertas e da tua curiosidade. O mais importante é dares espaço para cada insight crescer e se manifestar na tua vida de forma natural.

É como um livro que voltas a ler anos depois e descobres coisas novas. O teu mapa também vai mostrando camadas diferentes conforme vais evoluindo. Guarda os teus mapas e volta a eles sempre que sentires vontade. No fundo, esse livro é sobre ti.

 

Que tipo de mapas existem e quais posso solicitar?

A astrologia oferece vários tipos de mapas, cada um com uma função específica e que pode ajudar-te de formas diferentes. Alguns dos mais comuns são:

 

  • Mapa Natal (de nascimento): o teu mapa base, que revela as características e energias com que nasceste.
  • Mapa Infantil: foca nas primeiras fases da tua vida e nos padrões que podem estar presentes desde cedo.
  • Revolução Solar (aniversário): um mapa anual que mostra as energias e temas que estarão em destaque no teu novo ciclo.
  • Sinastria: análise da compatibilidade entre duas pessoas, ideal para relacionamentos amorosos, familiares ou profissionais.
  • Mapa Vocacional: ajuda a identificar os teus talentos e caminhos profissionais mais alinhados contigo.
  • Mapa Tendências: acompanha os movimentos dos planetas para entender as influências energéticas do ano.
  • Mapa Sistémico: explora dinâmicas familiares e karmas que podem influenciar a tua vida.
  • Mapa Energético: revela a energia que transportas e ativas em cada área da tua vida.

 

Como eu elaboro os mapas?

Eu não sigo estruturas fixas nem genéricas. Cada leitura é única, adaptada ao teu pedido, respeitando os teus limites energéticos e o que a tua alma está pronta para acolher.

Tudo começa com a tua intenção. Só precisas de me dizer o que procuras e até onde estás disponível para ir na profundidade do estudo.

O foco não é o mapa — és tu. A astrologia é apenas uma ferramenta ao serviço da tua consciência.

Por isso, cada estudo que realizo é inteiramente personalizado, pensado para apoiar o teu caminho com clareza, respeito e significado.

 

O que podes perguntar?

Podes perguntar tudo o que fizer sentido para ti e para o que estás a viver. Cada estudo tem um limite natural de informação.  Por isso, se perceber que a tua questão ultrapassa o que é possível abordar num só estudo, aviso-te e dou-te a possibilidade de:
– aprofundar através de um estudo complementar, ou
– dividir o processo em duas etapas, para que possas integrar tudo com mais clareza e tempo.

 

O que distingue esta leitura das feitas por programas automáticos?

A principal diferença está na conexão energética. Quando leio o teu mapa astral, ligo-me à tua energia para receber a informação que a tua alma está pronta para transformar.

As palavras que utilizo são escolhidas com intenção, pois transportam frequência. A leitura não é apenas uma descrição genérica, mas uma tradução vibracional que ressoa com o teu campo informacional. Programas automáticos, por mais completos que pareçam, não têm essa ligação nem essa intenção — são interpretações mentais, sem o elemento energético que transforma.

 

Quais são os principais temas que te aconselho explorar?

Há temas que considero fundamentais para o aprofundamento do autoconhecimento:

  • Compreender os medos e desafios internos;
  • Identificar a ferida da alma que viemos curar nesta vida;
  • Reconhecer os karmas pessoais ou familiares que estamos a trabalhar;
  • Tomar consciência dos nossos condicionamentos afetivos e dos padrões repetitivos nos relacionamentos;
  • Explorar a nossa sombra e as influências energéticas do inconsciente;
  • Entender como surgem as propostas de transformação e os processos de perda ao longo da vida;
  • E, claro, conhecer o nosso propósito de vida ou o caminho da alma.

 

A Astrologia é uma forma de terapia?

A astrologia é um grande instrumento de desenvolvimento pessoal e expansão da consciência. No entanto, não substitui a terapia. Através dos mapas astrológicos, é possível obter uma visão profunda sobre a tua energia, padrões, bloqueios e potenciais — mas esse conhecimento, por si só, não é terapêutico.

Dito isto, a astrologia pode ser um excelente ponto de partida. Após uma leitura, é natural sentires o impulso de ir mais fundo: compreender como lidar com bloqueios, ativar os teus talentos, superar desafios ou alinhar-te com o teu propósito de vida.

Esse é o momento em que podes integrar as informações astrológicas num processo terapêutico complementar. Esta segunda etapa convida-te a mergulhar num espaço mais emocional, reflexivo e transformador, onde o foco passa a ser a transformação interior e a cura.

É justamente nesse cruzamento entre astrologia e terapia que o acompanhamento terapêutico — seja através da psicoterapia, do autoconhecimento profundo, da espiritualidade ou do desenvolvimento pessoal — ganha um papel fundamental.

A integração do conhecimento simbólico do mapa numa abordagem terapêutica permite-te transformar insight em ação, consciência em prática, promovendo mudanças reais, consistentes e sustentadas na tua vida.

 

A Pressa De Saber

Deixo-te uma pequena reflexão: muitas vezes, chegam até mim pessoas com urgência em receber um mapa astral. Mas quando procuramos este tipo de ferramenta ou entramos num processo terapêutico em estado de urgência, geralmente já estamos a chegar atrasados.

Se sentires que estás a ser movido apenas pela pressa ou pelo desespero, talvez não consigas tirar verdadeiro proveito desta ferramenta. A tua mente vai querer respostas rápidas — mas a astrologia não fala ao ritmo da ansiedade, fala à linguagem da alma, que pede tempo, escuta e silêncio.

Tudo o que nasce da urgência tende a carecer da base energética necessária para uma verdadeira cura e integração. A leitura não se transforma em sabedoria quando não há espaço interno para receber.

Por isso, se sentes que estás em desequilíbrio, o mais indicado pode ser começar por uma consulta de autoconhecimento. Nela, encontras o espaço necessário para te recentrares, acalmares a tua energia e começares a ouvir — com mais clareza — a voz da tua alma.

 

Se estás a iniciar (ou a aprofundar) a tua jornada de autoconhecimento através da astrologia, espero que este artigo te tenha ajudado a compreender melhor o que podes esperar deste caminho — e o que ele pode despertar em ti.

Com carinho,

Patrícia

 

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